quinta-feira, 4 de maio de 2017

Imigrantes explodem bomba em protesto contra Lei de Migração

Créditos: Epoch Times


SÃO PAULO ─ Dois imigrantes sírios e dois palestinos foram presos em flagrante na Avenida Paulista na noite desta terça-feira (2) por atentarem contra manifestantes que protestavam pacificamente contra o projeto da Lei de Migração. Por volta de 20h30, na altura da Estação Consolação de metrô, uma bomba caseira foi lançada no meio das pessoas ─ uma delas teve a perna queimada com a explosão. Em seguida, cerca de 15 agressores partiram para cima dos manifestantes, deixando pelo menos quatro feridos, sendo duas mulheres. Um policial militar também foi agredido, informou a Polícia Civil.

Ao ataque sucedeu-se uma correria, mas policiais militares interviram rapidamente, utilizando bombas de efeito moral e imobilizando e detendo seis pessoas sob aplausos dos manifestantes, que bradavam “Viva a PM”! Dois outros homens foram levados para o 78º Distrito Policial, nos Jardins, averiguados e liberados. Outros, que também aparentavam ser estrangeiros, conseguiram fugir.

Um dos presos é o comerciante palestino Hasan Abdul Hamid Zarif Hasan, 43 anos, líder do movimento Palestina para Todos e dono do bar Al Janiah, no Bexiga, Centro de São Paulo. Os outros três são o também palestino Nour El Deen Alsayyd, caixa, 22 anos, e os sírios Roberto Antônio Gomes de Freitas, 18, e Nikolas Ereno Silva, 22, autônomos. Com eles, foram apreendidos armas como um martelo de ferro e um soco inglês. Eles responderão por explosão, lesão corporal, associação criminosa e resistência durante confronto em manifestação, de acordo com o boletim de ocorrência disponibilizado pela assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.


Conforme os registros dos agentes de segurança, os dois autônomos foram flagrados espancando manifestantes com socos e chutes. O autor do lançamento da bomba não foi informado até o fechamento desta edição. Segundo manifestantes na delegacia, um dos sírios detidos estaria no país há dois meses e teria necessitado do auxílio de um tradutor para o idioma português. De acordo com policiais no local, pelos materiais e elementos reunidos, o ataque caracteriza um ato terrorista.

Manifestantes protestaram pacificamente na Paulista, ainda em frente à Gazeta, contra o projeto da nova Lei de Migração (Daniel Borges, para Epoch Times)
Manifestantes protestaram pacificamente na Paulista, ainda em frente à Gazeta, contra o projeto da nova Lei de Migração (Daniel Borges, para Epoch Times)

Prontamente, fizeram-se presentes no distrito policial advogados de defesa dos indiciados, que alegaram que apenas se defenderam, e um representante da Comissão de Prerrogativas da OAB. Eles serão encaminhados para audiência de custódia.

Durante os registros da ocorrência, agentes do Grupo de Operações Espaciais (GOE) e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRA) também tiveram de ser acionados para cessar o transtorno causado na porta do DP por uma agitação súbita de cerca 40 pessoas, aparentemente árabes, que exigiam a liberação dos detidos.

Um dos agredidos, o advogado criminalista Everton, independente, disse que só não apanhou mais porque foi defendido pelos colegas. Ele estava discursando quando a bomba estourou.

“Só quando ouvimos a explosão é que fomos perceber a ofensiva. Cerca de 20 gângsters, com soco inglês e pedaços de ferro, foram para cima do movimento. Eles agrediram mulheres, idosos, menores de idade e trabalhadores, como eu e outros, que estamos aqui prestando queixa”, descreveu, exibindo as marcas dos socos que sofreu no rosto e na boca e a lesão na perna por ter sido empurrado ao chão.

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“Eu estou indignado, nós estávamos num ato pacífico contra a Lei de Migração. Eu, brasileiro, fui agredido no meu próprio país por estar defendendo a minha nação. Aqui no DP, soube que os agressores são estrangeiros, de origem palestina e que (um deles) nem português fala.”

E apelou ao presidente Michel Temer. “Presidente Temer, vete agora (o projeto da nova Lei de Migração), o Brasil não aguenta mais ver brasileiros sendo agredidos dentro da nossa própria nação. Mais do que nunca, vou às ruas, porque eu fui agredido como brasileiro dentro do meu país, e não aceito isso!”

Dois dos cinco estrangeiros detidos na Paulista por agressão em protesto contra a Lei de Migração e à polícia e por porte de armas (Daniel Borges, para Epoch Times)
Dois dos cinco estrangeiros detidos na Paulista por agressão em protesto contra a Lei de Migração e à polícia e por porte de armas (Daniel Borges, para Epoch Times)

Everton criticou também a ausência da mídia brasileira tradicional. “Era para a Veja, Estadão, Folha de SP estarem todos aqui (no DP). Não tem nenhum (veículo). Por quê? Porque isso não interessa para eles”, manifestou.

E retomou. “Você quer discutir? Você quer discordar do que eu penso? Discorde, mas discorde e venha “brigar” comigo no campo de ideias, não no campo das agressões”, desabafou.

O advogado informou que esta é a segunda vez que foi hostilizado por imigrantes raivosos. A primeira, segundo ele, foi quando sofreu ameaças durante um protesto a favor do então candidato americano Donald Trump (e também de Israel), em setembro passado, quando foi encurralado “por três meliantes” avantajados. “Mais do que nunca, nós estamos aqui firmes e fortes e vamos continuar nessa luta”, encerrou.

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Organizado pelo movimento Direita São Paulo e com adesão de cidadãos diversos, o protesto teve início às 19h com uma concentração em frente ao prédio da TV Gazeta, também na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. Aproximadamente às 19h20, portando cartazes onde se lia “Soberania não se negocia, Brasil em primeiro lugar! #VetaTemer”, os manifestantes marcharam pacificamente até o edifício do gabinete da Presidência da República, quando, cerca de 20h30, o artefato explosivo foi lançado, seguido do ataque de força bruta. Por volta das 20h40, a manifestação já havia se dispersado.

O projeto da nova Lei de Migração foi proposto em 2015 pelo atual ministro das Relações Exteriores e então senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e aguarda a sanção ou o veto do presidente Michel Temer. Na semana passada, trinta movimentos civis encaminharam uma carta a Temer instando-o a vetar a nova proposta legislativa.

Os manifestantes lembraram o passado terrorista de Nunes, que atuou durante o regime militar como motorista de Carlos Marighela, comandante do grupo terrorista Ação Libertadora Nacional. O cientista político e co-fundador do Movimento Liberal Acorda Brasil Luiz Philippe de Orleans e Bragança também participou do ato e acompanhou as vítimas na DP.

Fonte: Epoch Times - Imigrantes explodem bomba em protesto contra Lei de Migração

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